O senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou recentemente aos Estados Unidos, mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o bloqueio de seus documentos, incluindo o passaporte civil e diplomático. Segundo o parlamentar, a viagem foi possível graças ao passaporte diplomático emitido pelo Itamaraty, que permanece válido até julho de 2027 e não possui restrições formais.
Em nota, o senador declarou que seu visto oficial de entrada nos EUA foi renovado recentemente, com validade estendida até 2035. Ele afirmou que a viagem foi informada formalmente aos órgãos competentes, embora não tenha revelado o motivo do deslocamento. O Senado Federal está em período de recesso, com retorno previsto para 4 de agosto.
Em agosto de 2024, a Polícia Federal realizou operação em um endereço do senador em Vitória (ES) para apreender os passaportes, incluindo o diplomático. Os documentos não foram localizados na ocasião. Em fevereiro de 2025, a Primeira Turma do STF rejeitou recurso do parlamentar e manteve a decisão de bloqueio e entrega obrigatória dos passaportes, fundamentada em suspeitas de envolvimento em ações para intimidar agentes da Polícia Federal.
Após o bloqueio, Marcos do Val declarou publicamente que é vítima da “maior perseguição política da história” por parte de um ministro do STF, e criticou a Mesa do Senado por não intervir. Ele também mencionou a suspensão de salários e o bloqueio das redes sociais, alegando censura enquanto exerce mandato legislativo.
Até o momento, o STF, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Polícia Federal não se pronunciaram sobre a viagem do senador ou possíveis desdobramentos legais relacionados ao uso do passaporte diplomático.
