Trump barra negociações comerciais com Brasil

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Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante missão oficial nos Estados Unidos, interlocutores do presidente Lula foram informados que a Casa Branca, sob liderança de Donald Trump, não autorizou o início de negociações diplomáticas com o Brasil. A informação preocupa o governo brasileiro, especialmente diante do chamado “tarifaço” que pode ser aplicado a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Uma comissão de senadores brasileiros embarca nesta sexta-feira (25) para Washington em tentativa de negociação direta. A iniciativa ocorre paralelamente às tratativas iniciadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em encontro recente por telefone.

Apesar dos esforços, representantes brasileiros relatam que as decisões estão concentradas na Casa Branca e que nenhum membro do governo norte-americano está autorizado a abrir diálogo formal com o Brasil.

Segundo relato do presidente do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, há um clima de apreensão e silêncio entre diplomatas e interlocutores americanos. Ele relatou que ninguém tem se manifestado contra a postura do presidente Trump, que estaria dificultando qualquer tentativa de reabertura das negociações comerciais.

Deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo estariam atuando para impedir os encontros da delegação brasileira com negociadores americanos. A previsão é de que os senadores sejam recebidos na embaixada brasileira nos EUA na segunda-feira (28), com reuniões subsequentes com empresários da Câmara Americana de Comércio (Amcham) e parlamentares norte-americanos no Capitólio.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirma que o grupo busca, ao menos, postergar a aplicação das tarifas e entender quais interesses estão por trás do impasse. Ele mencionou a possibilidade de fatores políticos, como o alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e temas internacionais como a moeda dos BRICS e relações com o Irã.

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