Hacker é denunciado por desvio de R$ 479 milhões via Pix

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Foto: Divulgação/BMP

O Ministério Público de São Paulo denunciou o operador de sistemas João Nazareno Roque por envolvimento no furto de R$ 479,3 milhões da conta de liquidação do Banco BMP, utilizando o sistema de transferências Pix. O crime teria sido viabilizado com acesso interno à empresa C&M Software, responsável pela intermediação de transações entre bancos e o Banco Central.

Segundo a denúncia, Roque instalou uma VPN Ligolo Proxy sem autorização, abrindo brechas para que agentes externos executassem scripts maliciosos e realizassem transações indevidas entre 22 e 30 de junho. O funcionário teria recebido R$ 15 mil de comissão pela participação e foi preso temporariamente. A promotoria pede agora a conversão da prisão em preventiva, alegando riscos de fuga, reincidência e destruição de provas digitais.

O coordenador de operações da C&M Software, Kevin Venâncio SantAna, informou que Roque extrapolou suas funções, que se limitavam ao atendimento e manutenção de sistemas. A alteração de códigos e a execução de comandos avançados eram fora do seu alcance autorizado, segundo as políticas internas da empresa.

O promotor Rafael Adeo Lapeiz argumentou que a custódia cautelar é essencial para impedir a comunicação com outros suspeitos e preservar as evidências. A promotoria também descartou a possibilidade de acordo de não persecução penal, mesmo Roque sendo réu primário, devido à gravidade do furto e à pena mínima prevista para o crime.

Um novo inquérito foi solicitado para investigar a possível formação de organização criminosa, dado o envolvimento de diferentes núcleos operacionais, intelectuais e financeiros. A apuração continuará em busca de identificar os demais responsáveis pelo esquema.

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