A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético Mineiro vive uma fase crítica marcada por atrasos salariais e aumento do endividamento, o que tem gerado insatisfação entre torcedores e jogadores. Desde sua transformação em empresa, em julho de 2023, o clube já acumula cobranças judiciais e extrajudiciais por pendências financeiras.
O atacante Rony, contratado em 2025, entrou com pedido de rescisão na Justiça do Trabalho, alegando atrasos no FGTS, luvas e direitos de imagem. Apesar da desistência da ação após promessa de regularização, outros atletas, como Gustavo Scarpa, Guilherme Arana e Igor Gomes, também notificaram o clube por situações semelhantes.
Durante partida pela Copa Sul-Americana, realizada em Belo Horizonte, torcedores protestaram contra o principal investidor da SAF, Rubens Menin, cobrando soluções para os problemas financeiros. Em resposta, Menin publicou comunicado afirmando que o clube irá honrar seus compromissos e resolver as pendências.
Mesmo após receber R$ 913 milhões com a criação da SAF, o Atlético-MG manteve altos gastos com contratações e folha salarial. O balanço de 2024 indicou endividamento de R$ 1,4 bilhão, alta de quase 20% em relação ao ano anterior. A folha salarial se aproximou de R$ 300 milhões e as receitas brutas somaram R$ 674 milhões.
Além do Atlético-MG, outros clubes que adotaram o modelo SAF enfrentam dificuldades. O Vasco entrou em recuperação judicial, enquanto o Cruzeiro registrou dívida de R$ 1,3 bilhão em 2024. As situações reacendem o debate sobre a eficácia da SAF na reestruturação financeira dos clubes brasileiros.