A Procuradoria-Geral da República se manifestou nesta sexta-feira (25) contra o pedido de prisão domiciliar do general da reserva Mario Fernandes, acusado de elaborar o documento conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”. O plano detalhava ações para a instalação de um regime militar, incluindo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Durante depoimento ao STF, o militar confirmou ser o autor do texto, que classificou como “análise de risco” pessoal. A PGR, no entanto, argumenta que as declarações reforçam a hipótese de tentativa de articulação golpista. Fernandes está preso preventivamente desde novembro de 2024, após operação que localizou o arquivo em seu computador.
A investigação aponta que o documento foi impresso dentro do Palácio do Planalto e entregue ao então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. As autoridades identificam a participação de agentes militares ligados às operações especiais do Exército como possíveis executores das ações previstas.
O Supremo já havia rejeitado dois pedidos anteriores de conversão da prisão em domiciliar. Com a nova negativa, o processo segue com análise de indícios que ligam o general a outros denunciados por tentativa de golpe.