Mauro Vieira cobra ação internacional diante de denúncias de genocídio em Gaza

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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil | REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil | REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Durante discurso na sede das Nações Unidas, em Nova York, nesta segunda-feira (28), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu uma resposta prática da comunidade internacional diante das denúncias de genocídio na Faixa de Gaza. A fala marcou a abertura da conferência “Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução dos Dois Estados”, organizada por França e Arábia Saudita e com programação até quarta-feira (30).

“Invocar a lei internacional não é suficiente diante de alegações credíveis de genocídio; é preciso aplicá-la com firmeza”, declarou Vieira, reforçando o compromisso brasileiro com a justiça e os direitos internacionais.

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Medidas concretas contra a ocupação

Vieira lembrou que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) já estabeleceu diretrizes sobre como os Estados devem se posicionar frente à ocupação ilegal da Palestina. Segundo ele, é responsabilidade dos países:

  • Reconhecer como ilegal a ocupação israelense, inclusive em Jerusalém Oriental;
  • Estabelecer distinções legais entre o território israelense e as áreas ocupadas;
  • Evitar colaborar com a manutenção da ocupação;
  • Garantir o direito à autodeterminação do povo palestino, conforme as Convenções de Genebra.

Além de enfatizar o discurso, o ministro defendeu políticas práticas e apresentou três questões centrais como base para o avanço da solução de dois Estados:

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  1. Que medidas podem assegurar o cumprimento do direito internacional?
  2. Como reparar os prejuízos sofridos pelo povo palestino?
  3. Que mecanismos podem evitar ações que inviabilizem a solução proposta?

Propostas recebidas pelo Brasil

O Brasil recebeu mais de 50 manifestações de apoio e reuniu 96 propostas, organizadas em cinco eixos principais:

  • Reconhecimento do Estado Palestino e apoio à sua entrada plena na ONU;
  • Validação legal da distinção entre Israel e os territórios ocupados;
  • Rejeição à anexação e à expansão de assentamentos;
  • Proteção aos trabalhadores humanitários;
  • Sanções contra colonos violentos e adoção de medidas legais contra violações.

“A credibilidade da ordem internacional depende da aplicação não seletiva da lei. Precisamos de vontade política e um forte processo de acompanhamento”, afirmou Vieira, finalizando com um apelo: “Vamos transformar a lei em ação — e ação em justiça e paz.”

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Contexto internacional

A conferência ocorre em meio à crescente mobilização global frente à crise humanitária em Gaza, intensificada pelas denúncias de mortes por desnutrição. O cenário ganha ainda mais relevância após o anúncio do governo francês, no dia 24 de julho, de que apoiará o reconhecimento do Estado Palestino na Assembleia Geral da ONU em setembro.

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