Após cinco dias de intensos combates, os governos da Tailândia e do Camboja concordaram com um cessar-fogo imediato, em decisão anunciada nesta segunda-feira (28) durante encontro na Malásia. O acordo, que entra em vigor à meia-noite, busca encerrar o mais violento conflito entre os dois países em mais de uma década.
A reunião foi mediada pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, atual presidente da Asean. Ao lado dos líderes de ambos os países, Anwar afirmou em coletiva de imprensa: “Haverá um cessar-fogo imediato e incondicional com efeito a partir da meia-noite de hoje. Isso é definitivo.”
Escalada de tensão na fronteira
Tailândia e Camboja se acusam mutuamente de terem iniciado os confrontos, que evoluíram para bombardeios de artilharia e ataques aéreos ao longo da fronteira de 817 km. A crise teve início após a morte de um soldado cambojano em um embate em maio, intensificando a mobilização militar nas regiões fronteiriças e agravando a instabilidade do governo tailandês.
Intervenção internacional
O cessar-fogo ocorre após forte pressão internacional. China e Estados Unidos se ofereceram para auxiliar nas negociações, e o presidente americano Donald Trump telefonou no fim de semana para ambos os líderes, alertando que não firmaria acordos comerciais enquanto o conflito persistisse.
Caminho para a reconciliação
O primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, afirmou que o acordo abre espaço para retomada das negociações bilaterais: “Esperamos que as soluções anunciadas por Anwar estabeleçam uma base para restaurar a normalidade e reduzir a escalada militar.”
O premiê interino tailandês, Phumtham Wechayachai, que havia demonstrado ceticismo quanto à postura cambojana antes do encontro, confirmou o compromisso com a trégua: “A Tailândia concorda com o cessar-fogo e acredita que será cumprido com sucesso e boa fé por ambas as partes.”