Reforma do gás preocupa mercado e ameaça investimentos, diz BTG

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Pedro Ventura/Agência Brasília/via Agência Senado
Pedro Ventura/Agência Brasília/via Agência Senado

A proposta de reforma do setor de gás natural prevista pela ANP para 2026 tem gerado preocupação no mercado, segundo relatório do BTG Pactual. O banco avalia que as mudanças no modelo de comercialização do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) podem enfraquecer investimentos e pressionar as margens das empresas do setor.

Entre os pontos mais críticos está a flexibilização do envase e da distribuição dos botijões, permitindo enchimento fracionado e de múltiplas marcas. Paralelamente, o governo trabalha na fase final de uma medida provisória para ampliar o acesso gratuito ao gás de cozinha a cerca de 17 milhões de famílias.

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O BTG alerta que, com as duas medidas avançando em paralelo, é preciso cautela. Segundo a instituição, será difícil apoiar a iniciativa “Gás para Todos” caso o projeto da ANP seja aprovado nos moldes atuais. Os principais riscos apontados incluem o envase remoto, a rastreabilidade comprometida dos cilindros e possíveis brechas para práticas inseguras.

“O setor pode perder segurança, eficiência e confiabilidade em troca de uma redução de preços que talvez nem se concretize”, aponta o relatório. O banco também estima que conquistar 1% do mercado de GLP exige cerca de R$ 350 milhões em investimentos — número que saltaria para bilhões com a ampliação do programa social.

Além disso, o BTG não vê vantagens claras para o consumidor com a reforma, nem estímulo às distribuidoras para modernizar suas frotas. Apesar da atratividade do setor, os altos custos iniciais e a baixa expansão, abaixo do crescimento do PIB, tornariam desafiadora a entrada de novos players com retornos comparáveis.

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