O mercado financeiro revisou para baixo a previsão de inflação oficial do Brasil em 2025, passando de 5,09% para 5,07%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (4). Apesar da redução, o índice permanece acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, mesmo com desaceleração em junho, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,35%. Esse é o sexto mês consecutivo em que o índice ultrapassa o limite superior da meta. Pelo novo regime de metas adotado em 2024, esse cenário exige que o presidente do Banco Central envie uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos do descumprimento e as medidas corretivas.
Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. Após sete aumentos consecutivos, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu interromper o ciclo de alta na última reunião. A autoridade monetária indicou que poderá retomar os aumentos caso haja necessidade, especialmente diante das incertezas geradas pela política comercial dos Estados Unidos.
Para 2026, a expectativa de inflação caiu de 4,44% para 4,43%. Em 2027 e 2028, as projeções são de 4% e 3,8%, respectivamente. A estimativa para a Selic é de 12,5% ao ano em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. A taxa de juros influencia diretamente o custo do crédito e o nível de consumo, afetando o controle da inflação e o ritmo da atividade econômica.
A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 foi mantida em 2,23%. O crescimento no primeiro trimestre foi impulsionado pelo setor agropecuário, com alta de 1,4%. Em 2024, o PIB teve expansão de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento. Para os anos seguintes, o mercado estima avanço de 1,88% em 2026, 1,95% em 2027 e 2% em 2028.