Com a aproximação das eleições de 2026, a escolha do vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se um ponto estratégico para o governo. O atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), segue como nome cotado, especialmente após sua atuação nas negociações do “tarifaço”. Apesar disso, há movimentações internas e externas que podem alterar a composição da chapa.
Analistas apontam que o discurso nacionalista e crítico aos Estados Unidos adotado por Lula tem dificultado a aproximação com partidos de centro e centro-direita. O cientista político Adriano Cerqueira avalia que é improvável que o vice venha dessas legendas, a menos que haja uma exceção individual. O PSB, partido de Alckmin, cresceu nas últimas eleições municipais e pode optar por uma candidatura própria.
Nos bastidores, há especulações sobre nomes como Helder Barbalho (MDB) e Eduardo Paes (PSD) para ocupar a vaga de vice. O MDB, apesar de ter perdido influência nacional, mantém força nos estados e pode buscar espaço na Esplanada dos Ministérios. A possibilidade de uma aliança com o partido é considerada, embora haja receio de repetir situações como a de Michel Temer, que assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff.
Dentro do PT, há divergências sobre o perfil ideal para o vice. Enquanto uma ala defende um nome mais alinhado à esquerda, outra admite a necessidade de ampliar a base aliada com um nome que dialogue com setores mais amplos do eleitorado. O novo presidente do PT, Edinho Silva, declarou que “não existe Lula fora de 2026”, confirmando a candidatura do atual presidente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi cogitado como possível vice, mas afirmou que pretende permanecer no cargo até o fim do mandato, descartando sua participação na chapa presidencial.