A Rússia voltou a acusar o governo ucraniano de cometer crimes graves contra civis e prisioneiros de guerra, e criticou duramente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por seus recentes apelos à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). As declarações foram feitas pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, e divulgadas pela agência estatal TASS.
Zakharova afirmou que os países-membros da OSCE deveriam focar nas “atrocidades das Forças Armadas da Ucrânia” em vez de dar atenção às declarações de Zelensky, feitas durante uma conferência internacional em Helsinque, no dia 31 de julho, que marcou os 50 anos da Ata Final da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa.
Segundo a diplomata, Zelensky usou sua mensagem em vídeo para “assustar os delegados com uma suposta ameaça russa” e pedir uma mudança de poder em Moscou. Ela também criticou o uso de mecanismos antigos da OSCE, como o chamado “mecanismo de Moscou”, que teria sido ativado por países ocidentais para acusar a Rússia de violações de direitos humanos.
“Em vez de ouvir mensagens vazias e tentar ressuscitar mecanismos obsoletos, os Estados participantes deveriam se familiarizar com os relatórios trimestrais que documentam os crimes cometidos pelo regime de Kiev contra civis e prisioneiros de guerra russos”, declarou Zakharova.
A porta-voz também acusou o Ocidente de instrumentalizar a OSCE para fins políticos, especialmente após a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia. Segundo ela, as acusações contra Moscou são parte de uma campanha coordenada para desviar a atenção das ações de Kiev.
As declarações ocorrem em meio à crescente tensão entre Moscou e os países da OTAN, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, intensifica críticas à OSCE e pressiona por um acordo de paz entre os dois países.
Até o momento, nem Zelensky nem a OSCE se pronunciaram oficialmente sobre as acusações russas.