A tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entrou em vigor no dia 6 de agosto, afetando setores como café, carne e frutas. A medida foi anunciada como resposta política à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sob investigação por tentativa de golpe.
Apesar do tom agressivo, cerca de 700 produtos foram isentados da nova alíquota, incluindo petróleo, aviões, celulose e suco de laranja. A exclusão desses itens da lista tarifária foi resultado de negociações diplomáticas conduzidas pelo governo brasileiro, que pressionou Washington por meio de empresas com atuação bilateral.
Atualmente, apenas 13% das exportações brasileiras têm como destino os Estados Unidos, uma queda significativa em relação aos 25% registrados há duas décadas. Em contrapartida, a participação da China nas exportações brasileiras cresceu para 28%, tornando-se o principal parceiro comercial do país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou postura firme diante da medida, afirmando que o Brasil não aceitará ser “tutelado” por potências estrangeiras. Ao mesmo tempo, buscou evitar uma escalada comercial, consultando os demais membros do BRICS sobre possíveis ações coordenadas. O grupo, que inclui Índia e China, foi recentemente rotulado como “antiamericano” por Donald Trump, que ameaçou impor tarifas adicionais de 10% sobre seus produtos.
Especialistas avaliam que, mesmo com as tarifas em vigor, o impacto sobre a economia brasileira será moderado, devido à baixa dependência do mercado americano e à estrutura diversificada das exportações nacionais.