O real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar nos últimos 30 dias, mesmo após o anúncio e a entrada em vigor do pacote tarifário dos Estados Unidos contra o Brasil. Entre 13 de julho e 13 de agosto, a moeda brasileira registrou alta de 3,7% em relação à americana, superando o desempenho de outras moedas emergentes e desenvolvidas.
A medida do governo norte-americano, que elevou tarifas sobre produtos brasileiros a até 50%, colocou o Brasil como o país mais tarifado do mundo. Ainda assim, o real superou moedas como o rand sul-africano, o peso chileno, o forint húngaro e o euro, que tiveram variações positivas próximas de zero ou negativas no mesmo período.
Nos últimos cinco dias, o real manteve a liderança na valorização, enquanto moedas como o peso argentino e a rúpia indiana apresentaram queda de até 3%. O movimento é atribuído à expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, à manutenção da taxa Selic em patamar elevado no Brasil e à antecipação de investidores a um possível cenário político mais favorável ao mercado em 2026.
O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, acumula queda de 20% desde o início do ano. A pressão sobre o Federal Reserve e a possibilidade de mudanças na condução da política monetária americana também influenciam o cenário cambial.
Além dos fatores externos, a queda da inflação no Brasil e a postura firme do Banco Central em manter os juros altos contribuíram para a entrada de capital especulativo no país, fortalecendo a moeda nacional.