O treinador Sean Gardner, de 38 anos, foi preso pelo FBI sob acusação federal de posse e produção de pornografia infantil. Gardner atuava em academias de ginástica nos estados do Mississippi e Iowa, incluindo o prestigiado Chow’s Gymnastics and Dance Institute, conhecido por formar campeãs olímpicas.
A investigação revelou que Gardner teria abusado sexualmente de pelo menos três jovens ginastas e gravado outras se despindo em banheiros de uma academia anterior. Os registros judiciais indicam que o comportamento abusivo começou em 2018 e se estendeu até 2020. Uma das vítimas relatou ao US Center for SafeSport, em 2022, que o treinador utilizava “técnicas inadequadas de apoio” e fazia perguntas invasivas sobre a vida sexual das atletas, além de insultá-las com termos ofensivos.
Apesar das denúncias, Gardner conseguiu emprego em um hospital de Iowa em 2024, atuando como técnico cirúrgico. A função envolvia o posicionamento de pacientes em mesas de operação e assistência em procedimentos médicos. O hospital confirmou que ele não faz mais parte da equipe.
O caso expõe falhas no sistema de investigação e sanção do SafeSport, órgão responsável por apurar denúncias de abuso sexual em esportes olímpicos nos Estados Unidos. Críticos apontam lentidão e falta de transparência no processo, que pode deixar treinadores sob suspeita atuando por anos antes de qualquer medida efetiva.
A presidente da USA Gymnastics, Li Li Leung, reconheceu os desafios enfrentados pelo SafeSport e defendeu maior consistência e clareza nas decisões do centro. Gardner foi suspenso de atividades esportivas há mais de três anos, mas seu caso disciplinar ainda não foi concluído.
A prisão ocorreu após mandado de busca em sua residência, onde foram encontrados arquivos digitais contendo imagens de meninas nuas. O processo segue em tramitação na Justiça Federal dos Estados Unidos.
