O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou que todos os 55 milhões de estrangeiros com vistos válidos no país sejam submetidos a um novo processo de verificação migratória, segundo revelou o Washington Post nesta quinta-feira (21). A medida provocou forte reação de críticos, que apontam riscos à imagem internacional dos EUA e a setores estratégicos da economia, como turismo e comércio exterior.
A iniciativa faz parte de um esforço ampliado da administração Trump para endurecer as regras de imigração e reforçar o controle sobre estrangeiros que já possuem autorização legal para permanecer temporariamente no país. Especialistas alertam que a proposta pode gerar instabilidade para empresas, estudantes e profissionais, além de burocratizar ainda mais o sistema migratório.
Impactos econômicos e diplomáticos
Analistas ouvidos pelo jornal destacam que a medida pode criar insegurança para milhões de estrangeiros que planejam viagens de turismo, intercâmbio acadêmico ou contratos de trabalho. O excesso de barreiras administrativas pode desestimular a entrada de visitantes, afetando diretamente a indústria do turismo, que movimenta centenas de bilhões de dólares por ano.
Além disso, países com acordos bilaterais com os EUA podem interpretar a decisão como hostil, o que tende a fragilizar relações diplomáticas.
Repercussões na imigração legal
Organizações de defesa dos direitos dos imigrantes afirmam que a medida enfraquece a previsibilidade do sistema de vistos. Ao ampliar a vigilância sobre estrangeiros já autorizados a entrar legalmente, o governo transmite a mensagem de que nenhum status migratório está garantido, mesmo após aprovação.
A decisão se soma a outras ações restritivas adotadas por Trump desde o início de seu mandato, como a proposta de banir cidadãos de países muçulmanos e as campanhas contra a entrada de refugiados — medidas que marcaram sua trajetória política e eleitoral.
Escala inédita e tensão global
A tentativa de revisar todos os vistos válidos representa um salto de escala sem precedentes na política migratória dos EUA. A medida promete intensificar o debate interno e ampliar as críticas da comunidade internacional, especialmente em um momento de crescente polarização global.