A Corte de Apelação de Roma concluiu nesta quarta-feira (27) que a deputada licenciada Carla Zambelli está apta a ser extraditada para o Brasil. A decisão foi tomada após a apresentação do laudo médico oficial, solicitado pelo juiz responsável pelo processo, que avaliou as condições de saúde da parlamentar.
O documento atesta que Zambelli possui acesso aos medicamentos necessários e que o transporte aéreo não representa risco à sua integridade física. A defesa havia solicitado conversão da prisão preventiva em domiciliar, alegando quadro clínico grave, incluindo síndrome de Ehlers-Danlos, disfunção cardíaca e depressão. A Justiça italiana, no entanto, considerou que o tratamento pode ser mantido no sistema prisional.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por liderar a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça, com o objetivo de emitir um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O ataque cibernético foi executado por Walter Delgatti, também condenado. A parlamentar foi presa em Roma no dia 29 de julho, após deixar o Brasil.
Além da condenação por crimes digitais, Zambelli recebeu nova sentença de cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento com uso de violência, em decorrência do episódio em que perseguiu um jornalista armado durante as eleições de 2022.
Com a autorização da Justiça italiana, o processo de extradição segue para análise final do Ministério da Justiça da Itália, que deverá confirmar o envio da parlamentar ao Brasil nas próximas semanas.