O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, fez duras críticas à política adotada pelo ex-presidente Joe Biden em relação à guerra na Ucrânia. Em entrevista ao USA Today, reproduzida pela Sputnik Brasil, Vance afirmou que Biden destinou “bilhões de dólares sem nenhum objetivo real” ao governo de Volodymyr Zelensky, sem apresentar uma estratégia clara para encerrar o conflito.
“Não houve nenhuma diplomacia real e nenhum sentido do que iríamos obter em troca desses valores”, declarou Vance, ao condenar os repasses financeiros feitos por Washington a Kiev.
Falta de plano para a paz
Segundo o vice-presidente, o principal problema foi a ausência de uma visão concreta de pacificação. Para ele, os recursos foram liberados sem que houvesse um plano efetivo para pôr fim à guerra.
“O mais frustrante é que não havia uma visão de como isso poderia levar à paz”, acrescentou.
As declarações reforçam o contraste com a política externa do atual presidente Donald Trump, que tem afirmado repetidamente que o conflito não teria começado se ele estivesse no poder em 2022.
Reunião entre Trump e Putin
No dia 15 de agosto, Trump recebeu o presidente russo Vladimir Putin em Washington, em uma reunião de quase três horas focada na crise ucraniana. Participaram do encontro o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial da Casa Branca Steve Witkoff, enquanto Putin foi acompanhado pelo chanceler Sergei Lavrov e pelo assessor Yuri Ushakov.
Após o encontro, Trump também se reuniu com líderes europeus, incluindo Zelensky. Nesta semana, Witkoff declarou que o governo norte-americano espera uma resolução para o conflito até o fim de 2025.
Contexto geopolítico
Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia mantém o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia. Segundo Putin, o objetivo é proteger a população de supostos ataques do governo ucraniano e conter o avanço da OTAN em direção às fronteiras russas.
Enquanto isso, a Ucrânia continua recebendo apoio militar, financeiro e político de países ocidentais, especialmente dos Estados Unidos. No entanto, as críticas de Vance indicam que cresce em Washington um movimento de questionamento ao apoio irrestrito prestado a Kiev.