Bombardeios em Gaza Intensificam Crise Humanitária e Pressão Internacional

3 Min de leitura
(Foto: Amir Cohen/Reuters)
(Foto: Amir Cohen/Reuters)

Forças israelenses realizaram intensos bombardeios nos subúrbios da Cidade de Gaza durante a noite, por terra e ar, destruindo residências e forçando o deslocamento de mais famílias. A ação ocorre em meio aos planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de avançar sobre a cidade, considerada por Israel o último reduto do Hamas.

Segundo autoridades de saúde locais, ao menos 18 pessoas morreram no domingo (31), incluindo 13 que tentavam obter alimentos em um ponto de ajuda humanitária no centro da Faixa de Gaza e duas em uma residência na cidade. O porta-voz militar israelense informou que os relatos estão sendo analisados.

- Publicidade -

Moradores do bairro de Sheikh Radwan relataram bombardeios contínuos por tanques e aeronaves durante todo o fim de semana, obrigando famílias a buscar refúgio nas áreas ocidentais da cidade. Nas últimas três semanas, Israel intensificou suas operações na região e, na sexta-feira, suspendeu as pausas humanitárias, declarando Gaza como “zona de combate perigosa”.

“Eles estão se aproximando do coração da cidade, onde centenas de milhares de pessoas estão abrigadas, bombardeando para assustar e forçar a evacuação”, disse Rezik Salah, morador de Sheikh Radwan.

O gabinete de segurança israelense se reuniu neste domingo para discutir os próximos passos da ofensiva. Embora uma operação em larga escala não seja esperada nas próximas semanas, Israel afirma que deseja retirar a população civil antes de avançar com mais tropas terrestres.

- Publicidade -
Ad image

A presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, alertou que uma evacuação em massa pode gerar um deslocamento populacional que nenhuma outra área da Faixa de Gaza está preparada para absorver, diante da destruição generalizada e da escassez crítica de alimentos, abrigo e medicamentos.

“Quem tem parentes no sul foi para lá. Os demais, como eu, não encontraram espaço. Deir Al-Balah e Mawasi estão superlotados”, relatou Ghada, mãe de cinco filhos do bairro de Sabra.

Atualmente, cerca de metade dos mais de 2 milhões de habitantes da Palestina está concentrada na Cidade de Gaza. Estima-se que milhares já tenham migrado para regiões centrais e ao sul do território.

- Publicidade -

As forças armadas israelenses alertaram que a ofensiva pode colocar em risco os reféns ainda mantidos pelo Hamas. Protestos em Israel têm se intensificado, com multidões em Tel Aviv exigindo o fim da guerra e a libertação dos reféns. No domingo, familiares dos sequestrados protestaram em frente às residências de ministros do governo.

Segundo autoridades de saúde palestinas, mais de 63 mil pessoas já morreram desde o início da campanha militar israelense, a maioria civis. A ofensiva mergulhou Gaza em uma crise humanitária profunda, deixando grande parte do território em ruínas.

Compartilhar