Na última sexta-feira (29), cibercriminosos desviaram cerca de R$ 420 milhões por meio de transferências via Pix, em um ataque que atingiu a infraestrutura da Sinqia — empresa responsável por conectar instituições financeiras ao sistema de pagamentos do Banco Central. A informação foi divulgada pelo site Neofeed.
A Sinqia confirmou o incidente, mas não detalhou valores ou nomes envolvidos. Em comunicado, garantiu que a infraestrutura central do Pix permanece intacta e operando normalmente.
Como ocorreu o ataque
Segundo a empresa, o ataque comprometeu a comunicação entre seus servidores e o Banco Central. Ao detectar a invasão, o BC suspendeu imediatamente a conexão da Sinqia com a rede para evitar que a ameaça se espalhasse para outras instituições.
A ação rápida permitiu o bloqueio de R$ 350 milhões. A Polícia Federal já iniciou as investigações, enquanto o Banco Central tenta recuperar o restante dos valores desviados.
Fontes da TV Globo indicam que R$ 380 milhões foram subtraídos do HSBC e outros R$ 40 milhões da instituição financeira Artta. A Sinqia reforçou que o ataque se restringiu ao ambiente Pix e que não há evidências de vazamento de dados pessoais.
Posicionamento dos bancos
O HSBC afirmou que nenhum cliente foi diretamente afetado. As movimentações suspeitas ocorreram em uma conta de provedor, sem impacto sobre contas correntes ou fundos de usuários. O banco informou que bloqueou as transações e está colaborando com as autoridades.
A Artta também garantiu que seus clientes não foram prejudicados. “Não houve ataque ao ambiente da Artta nem às contas dos nossos clientes. As contas envolvidas são mantidas junto ao Banco Central e usadas exclusivamente para liquidação interbancária”, declarou a empresa.
Medidas de segurança
A Sinqia anunciou que está reconstruindo as plataformas afetadas em um novo ambiente, com monitoramento reforçado e camadas adicionais de proteção. Especialistas externos foram contratados para apoiar na investigação e acelerar a restauração dos sistemas.
“Após a reconstrução e validação da segurança, o Banco Central fará uma revisão antes de autorizar o retorno da operação online”, informou a empresa.