Durante sustentação oral no Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que os atos atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-integrantes do governo representam uma ameaça grave à ordem democrática. Segundo Gonet, os réus devem ser punidos com rigor, pois a tentativa de ruptura institucional não pode ser tratada como episódio menor ou irrelevante.
O julgamento envolve acusações de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e deterioração de patrimônio tombado. Gonet destacou que, embora o ataque não tenha se consumado, o planejamento e a mobilização de forças para usurpar o poder configuram crime de alta gravidade.
Entre os réus estão Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Mauro Cid. A pena pode ultrapassar 40 anos de prisão, dependendo do grau de envolvimento de cada acusado.
O procurador ressaltou que o julgamento serve como elemento dissuasório contra futuras investidas golpistas e reafirma o compromisso das instituições com o Estado Democrático de Direito. A sessão foi transmitida ao vivo e marca o início da análise do chamado núcleo central da trama.
