China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, se posicionaram ao lado do Irã nesta segunda-feira (1º), rejeitando a tentativa de Reino Unido, França e Alemanha de reimpor sanções internacionais a Teerã. A iniciativa europeia, baseada no chamado “mecanismo snapback”, foi considerada “juridicamente falha” em carta conjunta assinada pelos chanceleres dos três países.
O mecanismo, previsto no acordo nuclear de 2015, permite restaurar automaticamente sanções suspensas caso o Irã descumpra os termos do pacto. Os países europeus alegam que Teerã violou o acordo ao ultrapassar os limites de enriquecimento de urânio. O Irã, por sua vez, afirma que essas ações foram uma resposta à saída dos Estados Unidos do acordo, em 2018, sob o governo de Donald Trump.
Tensão crescente e negociações estagnadas
O acordo nuclear, que proporcionou alívio financeiro ao Irã em troca de restrições ao seu programa atômico, expira em outubro deste ano. Desde então, o país tem ampliado sua produção de urânio, alegando que a retirada unilateral dos EUA justifica o descumprimento.
Após ataques de Israel e dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas em junho, o Irã e os países europeus (E3) retomaram negociações em Genebra. No entanto, segundo diplomatas europeus, não houve sinais concretos de disposição iraniana para um novo acordo.
Carta conjunta e críticas ao Ocidente
Em publicação na rede X, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que a tentativa europeia de acionar o snapback “abusa da autoridade e das funções do Conselho de Segurança da ONU”. Ele destacou que a carta assinada em Tianjin com seus pares da China e da Rússia representa uma posição firme contra o que chamou de “ação politicamente destrutiva”.