Representantes da indústria brasileira de carne bovina contestaram nesta quarta-feira (3) os pedidos de novas sanções feitos por pecuaristas dos Estados Unidos. Durante audiência pública em Washington, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que as alegações de práticas comerciais desleais não têm fundamento e são motivadas por disputas de mercado.
A manifestação ocorre em meio à investigação aberta pelo governo norte-americano sobre a competitividade da carne brasileira. A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), entidade que representa os produtores dos EUA, solicitou medidas adicionais além das tarifas já impostas pela Casa Branca. O setor americano enfrenta escassez de oferta e preços recordes, com o indicador Choice Cutout atingindo US$ 415 por 100 libras.
Durante a audiência, Perosa destacou que a produção brasileira é complementar à americana, especialmente no fornecimento para a indústria de hambúrgueres. Ele também defendeu o fortalecimento da agenda diplomática brasileira e afirmou que a Abiec tem buscado diálogo direto com parlamentares e empresas dos Estados Unidos para preservar a parceria comercial.
A missão brasileira em Washington inclui representantes do setor privado e do governo, que tentam reverter ou mitigar os impactos das tarifas de 50% aplicadas sobre a carne bovina nacional. O Brasil é um dos principais fornecedores do produto para o mercado norte-americano, com participação relevante na composição de preços e abastecimento.