Durante uma cúpula virtual convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder chinês Xi Jinping fez um apelo contundente aos países do BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para que resistam ao avanço do protecionismo global e reforcem o sistema multilateral de comércio. A reunião, organizada sob a presidência rotativa brasileira do bloco, teve como pano de fundo as recentes políticas tarifárias dos Estados Unidos, que reacenderam preocupações sobre o equilíbrio econômico internacional.
Xi Jinping destacou que o fortalecimento da cooperação entre os países emergentes é essencial para enfrentar os riscos e desafios externos. Segundo ele, quanto mais estreita for essa colaboração, maiores serão a confiança, as opções e os resultados concretos que os países do BRICS poderão alcançar. O presidente chinês também incentivou os membros do grupo a explorarem suas vantagens individuais e aprofundarem parcerias em áreas estratégicas como comércio, finanças e tecnologia.
A fala de Xi ocorre em um momento em que o cenário global se mostra cada vez mais fragmentado, com disputas comerciais intensificadas e uma crescente tendência de políticas protecionistas. A proposta chinesa de reforçar o multilateralismo e rejeitar barreiras comerciais se alinha com os interesses do Sul Global, que busca maior protagonismo nas decisões econômicas internacionais.
O encontro também serviu como plataforma para o Brasil reafirmar seu papel de liderança dentro do bloco, promovendo uma agenda voltada à integração e à defesa de um sistema comercial mais justo e inclusivo. A iniciativa brasileira de convocar a cúpula reflete uma estratégia diplomática de reposicionamento internacional, especialmente diante das tensões comerciais com países desenvolvidos.
A cúpula do BRICS reforça a importância do diálogo entre economias emergentes e sinaliza uma tentativa de reequilibrar as forças no tabuleiro geopolítico global. Com o avanço das políticas protecionistas em países centrais, o apelo de Xi Jinping ganha peso e pode representar um ponto de inflexão nas relações comerciais internacionais.