O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adotou um tom mais radical em discurso realizado neste domingo (7) na Avenida Paulista, reforçando sua proximidade política com Jair Bolsonaro (PL). A fala, marcada por críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, foi interpretada por integrantes da Corte como um gesto de submissão ao ex-presidente, em busca de apoio para a disputa presidencial de 2026.
Durante o evento, Tarcísio chamou Moraes de “tirano”, o que gerou forte reação entre ministros do STF, inclusive entre aqueles que mantinham interlocução com o governador. A postura sinaliza uma mudança estratégica: segundo avaliação interna da Corte, Tarcísio estaria apostando em uma aliança explícita com o bolsonarismo como caminho para se consolidar como candidato da direita.
Nos bastidores, aliados confirmam que sua pré-candidatura já está em articulação, liderada por Ciro Nogueira, presidente do PP. A maior resistência viria de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas interlocutores afirmam que o apoio do centrão já está garantido: “Vai ser goela abaixo”, disse uma fonte próxima.
Partidário e vice em negociação
Caso a candidatura se confirme, Tarcísio deve migrar para o PL, como indicou Valdemar Costa Neto. A escolha do vice ainda está em aberto e será negociada entre PP e União Brasil, que formam uma federação partidária.
Anistia e discurso nacional
O discurso na Paulista também reforçou o apoio de Tarcísio à proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A presença no ato foi vista como um divisor de águas, consolidando sua imagem como figura nacional do bolsonarismo e possível sucessor político de Bolsonaro.
Apesar do apoio entre aliados, a ofensiva política tem gerado preocupação no STF, que vê risco de tensionamento institucional e radicalização do discurso como estratégia eleitoral.