Estudo aponta maior agressividade do câncer colorretal em pacientes jovens

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Câncer colorretal é um dos mais prevalentes e deve ser rastreaado precocemente • Getty Images

Uma pesquisa conduzida no Hospital Universitário de Brasília revelou que adultos com menos de 50 anos diagnosticados com câncer colorretal apresentam maior incidência de tumores agressivos em comparação com pacientes mais velhos. O levantamento foi apresentado durante o 73º Congresso Brasileiro de Coloproctologia, realizado em São Paulo, e analisou dados de 434 pacientes entre os anos de 2010 e 2020.

Os participantes foram divididos em dois grupos: 78 tinham entre 18 e 49 anos, enquanto os demais 356 estavam acima dos 50. O estudo observou que os pacientes mais jovens apresentaram maior proporção de tumores indiferenciados tipo de neoplasia com maior potencial de agressividade e também maior risco de recidiva da doença após o tratamento.

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A pesquisa teve como objetivo avaliar características clínicas, epidemiológicas e anatomopatológicas, além de acompanhar os desfechos oncológicos, como sobrevida global e sobrevida livre de doença. O tempo médio de acompanhamento foi de 36 meses. Os pesquisadores destacam que os sintomas em pacientes jovens costumam ser pouco específicos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce e influenciar nas decisões terapêuticas.

Estudos internacionais já haviam apontado aumento expressivo na incidência de câncer colorretal entre jovens. Dados recentes indicam crescimento de 333% nos casos entre adolescentes de 15 a 19 anos entre 1999 e 2020, além de elevação entre adultos de 25 a 49 anos em diversos países. No estudo brasileiro, os pacientes jovens representaram cerca de 17% dos casos analisados, acima da média global estimada em 10%.

Os pesquisadores sugerem que a maior agressividade observada pode estar relacionada a fatores genéticos, como mutações de alto impacto e síndromes hereditárias. Apesar dos resultados, os autores alertam que, por se tratar de um centro de referência, os dados podem não refletir a realidade da população geral, sendo necessários novos estudos para validação em larga escala.

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