China condena sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes e reforça apoio ao Brasil

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(Foto: REUTERS/Florence Lo)
(Foto: REUTERS/Florence Lo)

O embaixador Qiu Xiaoqi, representante especial da China para assuntos da América Latina e Caribe, condenou nesta terça-feira (9) as sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em coletiva de imprensa, o diplomata classificou as medidas como um exemplo de unilateralismo e reafirmou a posição de Pequim contra interferências em assuntos internos de outros países.

Qiu destacou que a parceria entre China e Brasil permanece estratégica no contexto do Sul Global e defendeu o fortalecimento do diálogo multilateral. “Como dois importantes parceiros do Sul Global, China e Brasil mantêm negociações em diversos temas internacionais. Devemos seguir os princípios da Carta da ONU e construir um sistema mais justo e democrático”, afirmou.

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O diplomata também reiterou o compromisso chinês com a paz e a cooperação internacional: “Rejeitamos a hegemonia e qualquer interferência externa. Somos defensores do multilateralismo e da estabilidade global.”

 Sanções e tensões diplomáticas

As sanções contra Moraes foram anunciadas no final de julho pelo governo de Donald Trump, com base na Lei Magnitsky — legislação que permite aplicar medidas econômicas contra indivíduos acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. As penalidades incluem bloqueio de bens, congelamento de contas bancárias e restrições de entrada nos Estados Unidos.

Além do ministro, familiares e aliados próximos também tiveram seus vistos revogados. Médicos brasileiros vinculados ao programa Mais Médicos foram igualmente afetados.

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 Tarifas e críticas políticas

No mesmo período, Trump elevou para 50% as tarifas sobre importações brasileiras, em uma ação interpretada como tentativa de pressão política. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o republicano criticou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta julgamento no STF por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.

Trump alegou que há uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e justificou as novas tarifas como resposta a uma relação comercial considerada “injusta”, além de citar decisões judiciais que determinaram a suspensão de contas em redes sociais de investigados por crimes como apologia ao golpe.

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