Convite a Netanyahu gera reação intensa na Argentina e pedidos de prisão por crimes de guerra

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Netanyahu e Milei (Foto: Reuters)
Netanyahu e Milei (Foto: Reuters)

A possível visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, à Argentina em setembro provocou forte reação de grupos de direitos humanos, juristas e intelectuais argentinos. Segundo reportagens, o presidente Javier Milei teria convidado Netanyahu para uma reunião em Buenos Aires, embora também se cogite um encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

A especulação sobre a visita gerou pedidos formais de prisão contra o líder israelense, acusado de crimes de guerra em Gaza. A organização Abuelas de Plaza de Mayo, referência histórica na defesa dos direitos humanos, condenou publicamente o convite, citando o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional. Em comunicado, o grupo afirmou: “O silêncio não é uma opção diante do genocídio que o Estado de Israel está cometendo em Gaza”.

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Outras entidades, como HIJOS e o advogado Rodolfo Yanzón, protocolaram ações judiciais solicitando que Netanyahu seja entregue ao TPI ou julgado em solo argentino. A petição se baseia em ataques israelenses em Rafah que resultaram na morte de 15 trabalhadores humanitários e paramédicos, considerados crimes contra a humanidade.

Além das ações legais, 15 intelectuais argentinos assinaram uma carta aberta criticando o convite feito por Milei. Entre os signatários estão os historiadores Adrián Gorelik e José Emilio Burucúa, que classificaram o gesto como uma traição aos valores humanistas da Argentina.

Netanyahu já visitou o país em 2017, durante o governo de Mauricio Macri. Desde então, o cenário político mudou, com Milei adotando uma postura mais alinhada a Israel, incluindo a proposta de transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém.

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A expectativa agora gira em torno da decisão final do governo argentino: manter o convite ou recuar diante da crescente pressão interna e internacional. A visita, se confirmada, pode marcar um ponto de inflexão nas relações bilaterais e na posição da Argentina sobre o conflito em Gaza.

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