Europa em alerta com avanço de fungo resistente em hospitais

2 Min de leitura
Foto: Agencia Brasil

O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) emitiu um alerta nesta quinta-feira (11) sobre a rápida disseminação do fungo Candidozyma auris — anteriormente conhecido como Candida auris — em unidades hospitalares de diversos países da União Europeia e do Espaço Econômico Europeu. O organismo é altamente resistente a medicamentos antifúngicos e representa risco elevado para pacientes em estado crítico, devido à sua capacidade de sobreviver em superfícies e equipamentos médicos por longos períodos.

Entre 2013 e 2023, foram registrados mais de 4 mil casos na região, com destaque para o ano de 2023, quando 1.346 infecções foram notificadas em 18 países. O ECDC aponta que a transmissão local sustentada já ocorre em nações como Grécia, Itália, Romênia e Espanha, onde os surtos se tornaram tão amplos que já não é possível distinguir focos específicos. Chipre, França e Alemanha também enfrentam episódios recentes de propagação.

- Publicidade -

O fungo se espalha com facilidade em ambientes hospitalares e é considerado uma ameaça grave à saúde pública. Segundo o ECDC, a detecção precoce e o controle coordenado são essenciais para evitar que o C. auris se torne endêmico em mais países. Apesar do crescimento dos casos, apenas 17 dos 36 países participantes da pesquisa possuem sistemas nacionais de vigilância para o fungo, e apenas 15 contam com diretrizes específicas para prevenção e controle.

A ausência de notificação obrigatória e de monitoramento sistemático pode estar contribuindo para subnotificação, o que dificulta a resposta rápida e eficaz. O centro europeu destaca que há lacunas importantes na preparação dos sistemas de saúde para lidar com surtos e reforça que há um período decisivo para implementar medidas de contenção.

Portugal, por exemplo, registrou apenas quatro casos em 2023, enquanto a Espanha e a Grécia notificaram 1.807 e 852 casos, respectivamente. O ECDC reconhece que alguns países conseguiram limitar surtos com ações rápidas, mas alerta que a maioria ainda enfrenta dificuldades estruturais para conter o avanço do fungo.

- Publicidade -
Ad image
Compartilhar