Canadá solicita consultas na OMC com os EUA sobre ‘tarifas injustificadas’

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Sede da OMC em Genebra - 04/03/2021 (Foto: REUTERS/Denis Balibouse)

O Canadá solicitou consultas com os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre “tarifas injustificadas”, informou a embaixadora canadense na OMC em Genebra nesta quarta-feira.

“A decisão dos EUA nos deixa sem escolha a não ser responder para proteger os interesses canadenses”, afirmou a embaixadora Nadia Theodore em um comunicado publicado no LinkedIn. Um porta-voz da OMC confirmou o recebimento do pedido de consultas do Canadá.

As novas tarifas de 25% do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre importações do Canadá e do México entraram em vigor na terça-feira, juntamente com novos encargos sobre produtos chineses.

As medidas, que podem afetar cerca de US$ 2,2 trilhões em comércio anual, foram justificadas por Trump sob a alegação de que os três maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos não fizeram o suficiente para conter o fluxo de fentanil e seus precursores químicos para o país.

“Cada um faz seu papel. Hoje, fiz o meu e, em nome do Governo do Canadá, solicitei consultas na OMC com o Governo dos Estados Unidos a respeito de suas tarifas injustificadas sobre o Canadá”, declarou Theodore.

As consultas bilaterais são a primeira etapa do processo formal de resolução de disputas. Se nenhuma solução for encontrada dentro de 60 dias, o Canadá poderá solicitar a arbitragem do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, sediado em Genebra.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, classificou as tarifas impostas por Trump sobre as importações canadenses como “uma decisão muito estúpida” e afirmou que Ottawa retaliaria imediatamente. Ele anunciou tarifas de 25% sobre C$ 30 bilhões em importações dos EUA. Caso seja necessário, o Canadá poderá ampliar as tarifas para outros C$ 125 bilhões em mercadorias dentro de 21 dias, acrescentou.

A China, por sua vez, formalizou em 5 de fevereiro uma disputa na OMC contra uma tarifa de 10% imposta por Trump sobre produtos chineses, aumentando as preocupações sobre uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Fonte: Brasil247

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