O senador Marco Rubio, chefe do Departamento de Estado, afirmou que o conflito na Ucrânia é, na prática, uma guerra por procuração entre os Estados Unidos e a Rússia. Durante uma entrevista ao programa de Sean Hannity, na Fox News, na quarta-feira (5), ele destacou a necessidade de uma solução diplomática para encerrar os combates.
Segundo Rubio, o governo do ex-presidente Donald Trump vê a guerra como um impasse prolongado. “Francamente, trata-se de um confronto indireto entre duas potências nucleares: os Estados Unidos, que apoiam a Ucrânia, e a Rússia. E isso precisa chegar ao fim”, declarou o senador. Ele também criticou a atual abordagem dos EUA de fornecer ajuda militar contínua a Kiev. “A ideia de ajudar a Ucrânia ‘pelo tempo que for necessário’ não é uma estratégia. Ainda não há um plano concreto para encerrar essa guerra”, acrescentou.
As declarações de Rubio surgem em meio a uma crescente tensão entre Washington e Kiev. Na terça-feira (5), Trump revelou ter recebido uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual ele demonstrava interesse em buscar uma “paz duradoura” e discutir acordos envolvendo minerais estratégicos. O gesto ocorreu dias após um embate na Casa Branca, em 28 de fevereiro, quando Zelensky, Trump e o vice-presidente JD Vance tiveram uma discussão acalorada sobre o apoio dos EUA à Ucrânia.
Fontes do governo relatam que Zelensky demonstrou ceticismo em relação à diplomacia como meio para alcançar a paz, o que teria irritado Trump e Vance. Ambos repreenderam o líder ucraniano por, segundo eles, não demonstrar gratidão pelo apoio militar recebido dos EUA. Como consequência, Trump ordenou a suspensão temporária da ajuda militar e da cooperação de inteligência com a Ucrânia. O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a decisão e explicou que Trump quer garantias do compromisso de Zelensky com o processo de paz antes de retomar o suporte.
Rubio enfatizou que qualquer acordo de paz exigirá comprometimento de todas as partes envolvidas. “Os ucranianos precisam estar presentes, obviamente, pois é o país deles. Os russos também. E apenas o presidente Trump pode viabilizar isso”, afirmou o senador. Ele também destacou que o vice-presidente Vance defende a via diplomática, mas que a postura de Zelensky tem dificultado os esforços do governo norte-americano.
Essa mudança de tom na política externa dos EUA indica uma nova abordagem de Trump em relação à Ucrânia. Com a suspensão da assistência militar e o aumento da pressão por negociações, os rumos do conflito podem sofrer uma reviravolta significativa, alterando o equilíbrio de forças na região.
Fonte: Redação