Líderes da UE defendem aumento de gastos militares e reforçam apoio a Zelensky após suspensão da ajuda dos EUA

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Líderes europeus estão se preparando para apoiar o aumento dos gastos militares e reafirmar seu compromisso com a Ucrânia, após a suspensão da ajuda militar dos EUA à Kiev, o que gerou preocupações sobre a continuidade da proteção dos Estados Unidos ao continente europeu.

Na quinta-feira (6), os 27 países da União Europeia se reúnem em Bruxelas para uma cúpula, com a participação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. No entanto, a demonstração de solidariedade pode ser prejudicada pela recusa da Hungria em apoiar uma declaração de apoio à Ucrânia.

A reunião ocorre em meio a decisões dramáticas de defesa, com receios de que a Rússia possa atacar algum país da UE, o que coloca em dúvida se a Europa poderá contar com a ajuda dos EUA. O presidente norte-americano, Donald Trump, tem afirmado seu compromisso com a Otan, mas também sugeriu que a Europa deve assumir maior responsabilidade por sua segurança. Ele ainda alertou que os EUA não protegeriam um aliado da Otan que não cumprisse as metas de gastos com defesa.

A postura mais conciliatória de Trump em relação a Moscou e a mudança de posição sobre o apoio à Ucrânia causaram grande apreensão na Europa, que vê a Rússia como a maior ameaça à sua segurança. “Quero acreditar que os Estados Unidos nos apoiarão, mas precisamos estar preparados caso isso não aconteça”, afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o conflito na Ucrânia.

Em resposta, a França está disposta a discutir o aumento da proteção nuclear para seus parceiros europeus. Enquanto isso, os partidos da Alemanha concordaram em flexibilizar os limites de empréstimos para investir mais em defesa. A Comissão Europeia também propôs uma mobilização de até 800 bilhões de euros para fortalecer a defesa do continente.

Diplomatas esperam que os líderes europeus se mostrem favoráveis às propostas, instruindo seus funcionários a acelerar a criação de legislações para viabilizar o aumento dos gastos com defesa. Contudo, o consenso sobre a ajuda militar à Ucrânia permanece em aberto. Quase todos os líderes da UE desejam garantir apoio a Zelensky, mas ainda não houve acordo sobre a quantia específica para assistência militar a ser prometida à Ucrânia em 2025.

A proposta de estabelecer um valor fixo de 20 bilhões de euros em apoio à Ucrânia está sendo discutida, mas países como a França, Itália e Espanha negam as acusações de que não estão contribuindo o suficiente. Além disso, as negociações podem ser dificultadas pela ameaça de veto do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que manifestou divergências estratégicas sobre o apoio à Ucrânia.

Fonte: Redação

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