O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou nesta terça-feira (15) que o governo brasileiro está empenhado em reverter as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. Em reunião com líderes da indústria, o político classificou a medida como “injusta” e prejudicial para os dois países.
O encontro contou com representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fiesp e setores exportadores como os de aeronaves, siderurgia, alumínio, máquinas, têxteis, calçados, papel e celulose. Alckmin afirmou que há mobilização tanto do setor produtivo quanto do Executivo e revelou já ter iniciado diálogo com autoridades norte-americanas.
De acordo com Alckmin, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 4,37% no primeiro semestre de 2025, enquanto os envios dos Estados Unidos ao Brasil subiram 11,48%, o que tornaria a decisão tarifária difícil de justificar sob a ótica econômica.
Segundo ele, os principais afetados são os estados com maior peso industrial, como São Paulo, onde os setores exportadores relatam preocupação com a vigência apertada das tarifas e pedem mais tempo para negociação.
O vice-presidente relatou que o Itamaraty também participa das negociações e que o Brasil enviou uma carta confidencial aos Estados Unidos há dois meses, mas ainda não recebeu resposta formal. Entre os contatos estabelecidos, estão o embaixador da Representação Comercial dos EUA e o secretário Howard Lutnick.
Alckmin reafirmou que o Brasil pretende preservar o caminho diplomático e trabalhar por soluções consensuais que evitem prejuízos ao comércio bilateral, incluindo setores estratégicos como aeronáutica e manufatura.