O vice-presidente Geraldo Alckmin manifestou indignação em carta diplomática enviada ao governo dos Estados Unidos após o anúncio de tarifa de importação de 50% sobre produtos brasileiros. O documento, datado de 15 de julho, afirma que a medida compromete diretamente setores estratégicos de ambas as economias e ameaça a parceria comercial construída ao longo de dois séculos.
A carta alerta para impactos em siderurgia, agronegócio e aviação, além de possíveis repercussões sobre empresas norte-americanas com operações no Brasil. Alckmin argumenta que a tarifa pode representar ruptura no equilíbrio de cooperação econômica entre os países e defende que o Brasil não aceitará interferência externa em decisões soberanas.
O teor da comunicação reforça o posicionamento do governo brasileiro, que também articula medidas de retaliação comercial com base na Lei da Reciprocidade. O Palácio do Planalto avalia solicitar revisão da tarifa junto à Organização Mundial do Comércio e planeja diálogo com líderes do Congresso americano.
A tensão ocorre em meio à escalada protecionista adotada pelos Estados Unidos, sob gestão do presidente Donald Trump, que já determinou tarifas similares a outros 25 países. O Brasil destaca que sua balança comercial com os americanos apresentou superávit em 2024.
