O governo da Alemanha anunciou nesta sexta-feira (8) a suspensão de todas as exportações de equipamentos militares que possam ser utilizados na Faixa de Gaza. A medida foi tomada após o gabinete de segurança de Israel aprovar um plano para ampliar sua presença militar na Cidade de Gaza, intensificando o conflito que já dura quase dois anos.
O chanceler Friedrich Merz declarou que, embora reconheça o direito de Israel de combater o Hamas e buscar a libertação de reféns, a nova ofensiva dificulta a possibilidade de alcançar esses objetivos. Segundo Merz, o sofrimento da população civil em Gaza é motivo de profunda preocupação para o governo alemão.
Dados do Parlamento alemão indicam que, entre outubro de 2023 e maio de 2025, foram concedidas licenças de exportação de equipamentos militares para Israel no valor de €485 milhões (equivalente a US$564 milhões). A suspensão anunciada agora é válida até nova ordem.
A decisão alemã ocorre em meio a críticas crescentes, tanto dentro de Israel quanto no exterior, sobre o impacto humanitário da guerra. Aliados de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defendem a ocupação total de Gaza, enquanto militares alertam para os riscos à vida dos reféns ainda mantidos pelo Hamas.
Merz afirmou que as prioridades da Alemanha são a libertação dos reféns e o avanço nas negociações por um cessar-fogo. A suspensão das exportações militares é parte da estratégia diplomática para pressionar por uma solução que reduza o impacto sobre civis e favoreça o diálogo.