Alfabetização de adultos eleva renda e acesso ao trabalho formal no Brasil

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Estudantes de EJA voltam aos livros e colhem benefícios econômicos e sociais, segundo novo estudo - (Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília)

Um estudo inédito encomendado pelo Ministério da Educação, em parceria com a Unesco, revelou que a alfabetização de adultos e a conclusão da Educação de Jovens e Adultos (EJA) têm impacto direto na renda, na formalização e na qualidade das ocupações dos brasileiros que retornam à escola após não concluírem os estudos na idade adequada. A pesquisa será apresentada oficialmente durante o Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos, que marca o primeiro ano do Pacto pela Superação do Analfabetismo.

A análise mostra que pessoas alfabetizadas por meio da AJA (Alfabetização de Jovens e Adultos) tiveram aumento médio de 16,3% na renda, com destaque para o grupo entre 46 e 60 anos, que registrou crescimento superior a 23%. Além disso, a probabilidade de conseguir um emprego formal subiu 7,7 pontos percentuais, e a chance de obter uma ocupação considerada de qualidade — com salário mínimo e jornada de até 44 horas semanais — aumentou em 2,3 pontos.

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No caso dos que concluíram o ensino fundamental pela EJA, o acréscimo na renda foi de 4,6% em média, com impacto mais expressivo entre pessoas de 26 a 35 anos, que viram seus ganhos crescerem 14,9%. A formalização subiu 6,6 pontos percentuais e a qualidade das ocupações, 3,2 pontos.

Já entre os que finalizaram o ensino médio pela EJA, o aumento médio na renda foi de 6%, com pico de 10% na faixa de 26 a 35 anos. A probabilidade de ter um emprego formal cresceu 9,4 pontos percentuais, e a de obter uma ocupação de qualidade, 3,3 pontos.

O estudo também identificou o público potencial da EJA e da AJA, considerando fatores como idade, raça, localização geográfica e histórico de exclusão educacional. Segundo os dados da Pnad Contínua, há cerca de 9,1 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais que ainda não são alfabetizados, o que representa 5,3% da população nessa faixa etária.

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O Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo, lançado em 2024, prevê a criação de 3,3 milhões de novas matrículas na EJA, com oferta integrada à educação profissional e investimento de R$ 4 bilhões ao longo de quatro anos.

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