Pesquisadores brasileiros desenvolveram um novo tipo de argila cerâmica leve incorporando biomassa de algas do gênero Sargassum, comuns no Oceano Atlântico e frequentemente acumuladas em praias do Caribe, Estados Unidos e região Norte do Brasil. O acúmulo excessivo do sargaço tem causado impactos negativos ao turismo, à pesca e à saúde pública, devido aos gases liberados durante sua decomposição.
A proposta científica utilizou concentrações entre 20% e 40% da alga na composição de amostras cerâmicas que, ao passarem por processo de sinterização em fornos convencionais e micro-ondas, resultaram em agregados mais leves e com menor impacto ambiental em comparação à argila expandida tradicional. Somente as amostras processadas em forno de micro-ondas atenderam aos requisitos de resistência para todas as temperaturas avaliadas.
O estudo também testou o uso do sargaço na formulação de painéis para móveis e telhas de fibrocimento, substituindo o calcário por cinzas de alga. Os resultados foram promissores, atingindo os critérios normativos de durabilidade e desempenho mecânico.
A pesquisa representa uma alternativa sustentável para aproveitar resíduos orgânicos de forma eficiente, contribuindo para reduzir o descarte inadequado do sargaço e minimizando o uso de recursos naturais em materiais de construção.