Aluguel desacelera em maio, mas segue pesado para o bolso do brasileiro

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Loïc Fürhoff/ Unsplash

Mesmo com um respiro na variação mensal, o mercado de locação residencial no Brasil continua pressionando o orçamento das famílias. Em maio, os aluguéis registraram alta de 0,59%, segundo o índice FipeZAP, menos da metade do avanço de 1,25% visto em abril. Ainda assim, o reajuste supera em mais que o dobro a inflação oficial do mês (IPCA de 0,26%), indicando que o valor do aluguel segue acima do ritmo de correção dos demais preços da economia.

Alta acumulada ainda preocupa quem mora de aluguel

Nos últimos 12 meses, os aluguéis subiram 12,03%, quase o triplo da inflação acumulada no mesmo período. Entre as 36 cidades monitoradas, 28 tiveram valorização nos preços. Imóveis com um dormitório puxaram o aumento, enquanto unidades com quatro quartos ou mais recuaram discretamente (queda de 0,01%). A média nacional do metro quadrado chegou a R$ 48,96, com destaque para Barueri (R$ 66,99/m²), seguida por São Paulo e Belém.

A COP30 e o efeito Belém: turismo pressiona locação

O caso de Belém, terceira maior alta anual entre as capitais, chama atenção. A cidade é sede da COP30 e já começa a sofrer os efeitos de uma pressão atípica no setor imobiliário, provocada pela antecipação de demanda por aluguel por temporada. Embora o impacto ainda seja localizado, o fenômeno aponta como eventos internacionais podem distorcer o mercado local — mesmo em contratos convencionais.

Rentabilidade do aluguel perde para investimentos

Para quem aluga imóveis como forma de rendimento, a notícia não é das melhores. A rentabilidade média da locação residencial está em 5,93% ao ano, abaixo do retorno previsto para aplicações financeiras de perfil conservador. Isso coloca em dúvida a atratividade do investimento, especialmente quando somados os custos de manutenção, vacância e tributação.

Especialistas veem início de freio após corrida por locações

Segundo analistas do FipeZAP, a desaceleração de maio sinaliza que o mercado começa a se acomodar após um ciclo prolongado de altas, impulsionado pela recuperação de renda das famílias e escassez de oferta em grandes centros urbanos. No entanto, com a renda estagnada e os preços em patamares elevados, novos aumentos devem se tornar mais moderados nos próximos meses.

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