A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do medicamento mirvetuximabe soravtansina no Brasil para pacientes com câncer de ovário resistente à quimioterapia à base de platina. Comercializado como Elahere, o fármaco é indicado para mulheres que apresentam tumores com alta expressão do receptor de folato alfa (FRα), identificado por exame de imuno-histoquímica.
O medicamento é um conjugado anticorpo-fármaco (ADC), que combina um anticorpo direcionado ao FRα com uma carga quimioterápica capaz de destruir células tumorais, preservando em grande parte as células saudáveis. Estima-se que cerca de um terço das pacientes com câncer de ovário tenham tumores com essa característica.
A aprovação foi baseada em estudo clínico de fase 3 com mais de 450 pacientes. Os resultados mostraram redução de 35% no risco de progressão da doença e aumento na sobrevida média: 16,5 meses no grupo tratado com Elahere, contra 12,7 meses no grupo submetido à quimioterapia convencional. A taxa de resposta objetiva foi de 42%, ante 16% no tratamento padrão.
O câncer de ovário é considerado o mais letal entre os tumores ginecológicos e costuma ser diagnosticado em estágio avançado. No Brasil, são estimados cerca de 7.300 novos casos por ano. Até então, pacientes com resistência à platina tinham como única alternativa os cuidados paliativos.
Ainda não há definição sobre a inclusão do medicamento no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nem no Sistema Único de Saúde (SUS).