A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana o uso do medicamento mirvetuximabe soravtansina para pacientes com câncer de ovário resistente à quimioterapia. O tratamento é direcionado a mulheres que apresentam baixa resposta aos protocolos convencionais e que possuem expressão elevada da proteína FRα, alvo da nova terapia.
O câncer de ovário é o oitavo tipo mais frequente entre mulheres no Brasil e figura entre os tumores ginecológicos mais agressivos. Estima-se que cerca de sete mil novos casos sejam diagnosticados anualmente no país. A maioria dos diagnósticos ocorre em estágio avançado, o que reduz as chances de cura e aumenta a taxa de recorrência após o tratamento inicial.
O mirvetuximabe soravtansina é um conjugado anticorpo-droga que atua diretamente nas células tumorais, preservando tecidos saudáveis. A aprovação pela Anvisa permite que o medicamento seja incorporado ao sistema privado de saúde e, futuramente, avaliado para inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), mediante análise de custo-efetividade.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e já está em vigor. Hospitais especializados em oncologia poderão solicitar o produto mediante prescrição médica e comprovação do perfil molecular da paciente. Estudos clínicos indicaram melhora na taxa de resposta e na sobrevida livre de progressão em comparação com tratamentos anteriores.
A aprovação representa um avanço na oferta de terapias personalizadas para cânceres de difícil controle e reforça a tendência de incorporação de medicamentos baseados em biomarcadores no Brasil.