O CEO da Apple, Tim Cook, indicou na última quinta-feira (31) que a empresa está disposta a elevar seus investimentos para competir com rivais no setor de inteligência artificial — inclusive por meio da construção de novos data centers ou aquisição de players relevantes da indústria. A postura representa uma mudança em relação à tradicional frugalidade financeira da companhia.
A gigante do iPhone tenta alcançar concorrentes como Microsoft e Alphabet (dona do Google), que já conquistaram centenas de milhões de usuários com seus assistentes e chatbots baseados em IA. O avanço, no entanto, tem custado caro: o Google planeja investir US$ 85 bilhões em 2025, enquanto a Microsoft pode ultrapassar os US$ 100 bilhões, sobretudo em infraestrutura de data centers.
A Apple, por sua vez, ainda recorre a fornecedores externos para parte do processamento em nuvem, e embora tenha firmado parceria com a OpenAI para recursos pontuais no iPhone, foca no desenvolvimento interno da sua tecnologia — incluindo melhorias no assistente Siri, que foram adiadas para o próximo ano.
Durante teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre fiscal, analistas questionaram se a empresa consideraria aquisições maiores para acelerar sua trajetória em IA. Cook afirmou que a Apple adquiriu sete pequenas empresas em 2025 e que está aberta a negócios mais robustos.
“Estamos muito abertos a fusões e aquisições que acelerem nosso roteiro. O tamanho não é um obstáculo — embora, até agora, as aquisições tenham sido pequenas”, disse o executivo. “Nos perguntamos se determinada empresa pode acelerar nossos planos. Se a resposta for sim, temos interesse.”
Após os comentários, as ações da Apple subiram 1,7% nas negociações pré-mercado de sexta-feira.