Argentina, China e União Europeia suspendem compra de frango do Brasil após surto de gripe aviária

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Foto: Arquivo / Agência Brasil

A Argentina, a China e a União Europeia anunciaram a suspensão temporária da importação de carne de frango brasileira após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A decisão, tomada por precaução sanitária, pode impactar significativamente o setor de exportação e a economia brasileira.

Motivo da suspensão

O caso de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), levando países importadores a interromperem temporariamente as compras. A Argentina, por meio do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), exigiu comprovação de que o Brasil está livre da doença antes de retomar as importações.

A União Europeia, que importou 229,984 mil toneladas de carne de frango brasileira em 2024, também aderiu à suspensão, seguindo um protocolo de autossuspensão previamente acordado entre as partes.

Já a China, maior compradora de carne de frango do Brasil, determinou um bloqueio de até 60 dias, enquanto avalia medidas para garantir a segurança sanitária dos produtos importados.

Impacto econômico

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo, e a suspensão das compras por mercados estratégicos pode gerar excesso de oferta no mercado interno, pressionando os preços para baixo.

Em 2024, as exportações para a União Europeia somaram US$ 655,320 milhões, e a interrupção pode afetar diretamente a balança comercial brasileira. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo está negociando com os países para restabelecer as exportações o mais rápido possível.

Medidas do governo brasileiro

Para minimizar os impactos, o MAPA decidiu suspender temporariamente as exportações de carne de frango provenientes do Rio Grande do Sul, buscando preservar a credibilidade do produto brasileiro no mercado internacional.

O governo também está reforçando protocolos de biossegurança, incluindo a restrição da exportação a um raio de 10 quilômetros do foco da gripe aviária. Países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já aprovaram essa abordagem de regionalização.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) declarou que confia na rapidez das tratativas do governo para solucionar a situação no menor prazo possível.

O Brasil está em negociações com os órgãos sanitários internacionais para comprovar que outras regiões do país não apresentam risco de contaminação, o que pode acelerar a liberação dos embarques.

O ministro Carlos Fávaro destacou que, com transparência e eficiência, o governo espera restabelecer o fluxo normal de exportações antes do prazo de 60 dias imposto pela China.

Fonte: Redação

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