O assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, durante um evento universitário em Utah, provocou uma onda de reações intensas e revelou, mais uma vez, o grau de polarização que domina a política norte-americana. O minuto de silêncio realizado na Câmara dos Representantes na quarta-feira (10) rapidamente se transformou em um cenário de confrontos verbais entre parlamentares, com acusações cruzadas e gritos sobre controle de armas e violência política.
Fundador da organização juvenil de direita Turning Point USA e aliado próximo do presidente Donald Trump, Kirk foi baleado enquanto discursava em Orem, Utah. Sua morte gerou comoção entre republicanos, que responsabilizaram a retórica da esquerda pelo ataque. Trump afirmou que “violência e assassinato são consequências trágicas de demonizar quem pensa diferente”. Já o ex-presidente Barack Obama condenou o ato sem atribuir culpados, destacando que “esse tipo de violência desprezível não tem lugar em nossa democracia”.
Câmara em conflito e apelos por moderação
Durante a homenagem, a deputada Lauren Boebert pediu uma oração em voz alta, provocando resistência de democratas que questionaram a atenção seletiva a vítimas de violência política. A sessão foi interrompida por gritos e protestos, incluindo um apelo por leis mais rígidas sobre armas. O presidente da Câmara, Mike Johnson, precisou intervir para restaurar a ordem.
O senador Thom Tillis pediu moderação e responsabilizou discursos inflamados pela escalada de tensões: “Cada pessoa que encoraja respostas agressivas em vez do debate civil carrega uma parcela de responsabilidade por essa morte e por outras”.
Violência armada e divisão crescente
A morte de Kirk se soma a uma série de episódios recentes, como tentativas de assassinato contra Donald Trump e ataques políticos em diferentes estados. Segundo o CDC, 46.728 pessoas morreram por armas de fogo nos EUA em 2023, o terceiro maior número já registrado. Apesar de avanços legislativos em 2022, os casos continuam em alta.