O primeiro-ministro do governo Houthi do Iêmen, Ahmad Ghaleb al-Rahwi, e vários ministros foram mortos em um ataque aéreo israelense à capital Sanaa, informou neste sábado (30) a agência de notícias controlada pelo grupo, citando o chefe do Conselho Político Supremo, Mahdi al-Mashat.
O bombardeio ocorreu na quinta-feira (28) e também deixou feridos, segundo a agência, que não divulgou números. Israel afirmou que a operação tinha como alvo o chefe do Estado-Maior, o ministro da Defesa e outros altos dirigentes houthis, mas ainda verificava o resultado.
A declaração de Mashat não confirmou se o ministro da Defesa, Mohamed al-Atifi — líder do Grupo de Brigada de Mísseis e principal especialista em armamentos do movimento — estava entre as vítimas.
Contexto e sucessão
Rahwi assumiu o cargo há cerca de um ano, mas era visto como figura simbólica, sem integrar o núcleo duro da liderança. O vice-premiê Mohamed Moftah foi designado para assumir as funções de primeiro-ministro.
Segundo Israel, o ataque atingiu um complexo onde líderes houthis se reuniam, em uma “operação complexa” viabilizada por inteligência e superioridade aérea. Fontes de segurança afirmaram que os alvos incluíam locais onde altos dirigentes assistiam a um discurso gravado do líder Abdul Malik al-Houthi.
Escalada regional
Desde o início da guerra de Israel contra o Hamas em outubro de 2023, os houthis — aliados do Irã — intensificaram ataques a embarcações no Mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel, a maioria interceptada. Em resposta, Israel tem realizado bombardeios em áreas controladas pelo grupo no Iêmen, incluindo o estratégico porto de Hodeidah.
Nos últimos 12 meses, Israel também eliminou líderes do Hamas e do Hezbollah, enfraquecendo as duas organizações.
Em comunicado, Mashat reafirmou o apoio “genuíno” de seu grupo ao povo de Gaza e prometeu fortalecer as capacidades militares para enfrentar “todos os desafios e perigos”.
