Na manhã desta sexta-feira (18), representantes de centrais sindicais realizaram um ato político na tradicional Rua 25 de Março, em São Paulo, em resposta às críticas feitas pelo governo dos Estados Unidos à comercialização de produtos piratas no local. O movimento buscou associar a recente ameaça de tarifação sobre exportações brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Organizado pelo Sindicato dos Comerciários, o protesto reuniu cerca de cem militantes que caminharam pela região com um carro de som, interferindo brevemente no trânsito. Manifestantes utilizaram máscaras de Trump e Bolsonaro, e entoaram palavras de ordem em defesa dos Brics e críticas ao sistema financeiro internacional.
A manifestação provocou reações diversas entre lojistas da região, que acompanharam a movimentação com curiosidade, desconforto ou apoio pontual. Enquanto alguns reclamaram do impacto no comércio local, outros se manifestaram contra as acusações do governo norte-americano de que a rua abriga apenas mercadorias falsificadas.
O ato foi desencadeado pelas declarações do governo Trump, que mencionou a 25 de Março em um relatório sobre práticas comerciais desleais no Brasil. O documento cita falhas no combate à pirataria, proteção à propriedade intelectual e regras de transferência de dados, além de alegar concessões tarifárias injustas a outros países e desmatamento ilegal que favoreceria exportações agrícolas brasileiras.
O relatório também aponta a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às redes sociais e destaca uma lista de pontos considerados prejudiciais às empresas americanas, sugerindo impacto direto nas relações comerciais.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), afirmou que apesar da baixa adesão, o importante era marcar posição rapidamente, denunciando o que classificou como retaliações comerciais motivadas politicamente.