Um voo da Lufthansa, que partiu de Frankfurt, Alemanha, com destino a Sevilha, Espanha, passou por um momento crítico quando a aeronave ficou 10 minutos sem supervisão na cabine de comando. O incidente ocorreu em 17 de fevereiro de 2024, mas só foi divulgado recentemente, após a publicação do relatório da Comissão de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação Civil da Espanha (CIAIAC).
O que aconteceu?
Durante a fase de cruzeiro do voo LH77X, o comandante deixou a cabine para ir ao banheiro às 10h31. Até então, tudo seguia normalmente, e o copiloto estava atento às condições meteorológicas e à operação da aeronave.
No entanto, quando o piloto retornou às 10h39, ele tentou inserir a senha para reabrir a cabine, mas não conseguiu entrar. Inicialmente, pensou que havia digitado o código errado e tentou outras quatro vezes, sem sucesso.
Enquanto isso, um tripulante tentou ligar para a cabine de comando, mas não obteve resposta. O piloto então acionou o código de emergência, mas ainda assim não conseguiu abrir a porta.
Copiloto debilitado e pouso de emergência
Dentro da cabine, o copiloto sofreu um mal súbito e não conseguia responder aos comandos. Mesmo debilitado, ele conseguiu abrir a porta manualmente às 10h42, permitindo a entrada do comandante.
Ao entrar, o piloto encontrou o copiloto pálido e suando, e imediatamente acionou os protocolos de emergência. Um passageiro que era médico prestou os primeiros socorros, suspeitando de um ataque cardíaco.
Diante da situação, o comandante decidiu desviar a aeronave para o Aeroporto Internacional Adolfo Suarez Madri-Barajas, onde realizou um pouso de emergência cerca de 20 minutos depois.
O relatório da CIAIAC destacou que a ausência de um segundo tripulante autorizado na cabine retardou a atuação do comandante, impedindo o reconhecimento imediato da emergência.
A Lufthansa seguia diretrizes da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), que não exigiam a presença de outro tripulante na cabine quando um dos pilotos se ausentava brevemente.
Como consequência do incidente, a comissão recomendou à EASA que reavalie os procedimentos e considere obrigatória a permanência de duas pessoas autorizadas na cabine de comando durante todo o voo.
A Lufthansa não divulgou nota oficial sobre o caso, mas especialistas em aviação afirmam que o episódio reforça a necessidade de protocolos mais rígidos para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes.
A recomendação da CIAIAC pode levar a mudanças nas normas de segurança aérea na Europa, evitando que situações semelhantes ocorram no futuro.
Fonte: Redação