O Banco Central sinalizou nesta segunda-feira (7) que poderá ampliar seu perímetro regulatório para incluir o mercado de capitais, diante do crescimento expressivo do número de empresas buscando financiamento fora do sistema bancário tradicional. A medida foi discutida durante o Encontro Nacional de Auditoria Financeira, realizado em Salvador (BA).
Segundo o diretor de Fiscalização da autarquia, Ailton Aquino, há risco crescente nesse segmento, e a supervisão direta do BC seria necessária para mitigar impactos sistêmicos. O plano inclui aproveitar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 65), que trata da autonomia financeira do órgão, para estender sua atuação à regulação prudencial de instituições não bancárias.
A iniciativa considera a migração de operações de crédito e a participação ativa de NBFIs (Instituições Financeiras Não Bancárias) em leilões de títulos públicos. O BC argumenta que o avanço desse modelo exige novas ferramentas de controle, diante da possibilidade de exposição dos investidores e da estabilidade macroeconômica.
A proposta ainda será avaliada por técnicos do governo e pode enfrentar resistência de agentes do mercado que atuam fora da supervisão atual da autoridade monetária.
