A expansão do crédito no Brasil deverá desacelerar de forma moderada ao longo de 2025, conforme aponta a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O levantamento, feito entre os dias 25 e 30 de junho, ouviu 21 instituições financeiras, das quais 67% estimam desaceleração contida nas operações de crédito, com resiliência no crédito direcionado e apoio do mercado de trabalho aquecido.
A projeção para a carteira total de crédito em 2025 foi revisada para cima, de 8,5% (em maio) para 8,7%. Para 2026, o crescimento estimado passou de 7,6% para 7,9%. Dentro das categorias, o crédito livre deve avançar 8,2% em 2025 (alta de 0,1 ponto percentual) e 7,5% em 2026, enquanto o crédito direcionado tem previsão de expansão de 9,3% no próximo ano e 8,7% no seguinte.
Apesar da expectativa de crescimento, a inadimplência no crédito livre também deverá subir: passou de 4,7% para 5,0% para 2025 e de 4,7% para 4,9% para 2026.
Segundo os participantes da pesquisa, um dos fatores que pode restringir o crédito é o efeito de uma política monetária mais contracionista, somado ao menor apetite por risco das instituições e à demanda enfraquecida. Apenas uma instituição consultada indicou queda tanto no crédito livre quanto no direcionado.
O estudo da Febraban funciona como termômetro do setor bancário e auxilia na formulação de expectativas econômicas por analistas e entidades públicas. Os dados devem influenciar decisões sobre liquidez, regulação e planejamento de crédito para os próximos trimestres.
