Durante as manifestações realizadas no Dia da Independência, em 7 de setembro, grupos ligados à direita brasileira adotaram a bandeira dos Estados Unidos como um novo símbolo de identificação política. Em diversas cidades, especialmente em São Paulo, o estandarte norte-americano foi exibido ao lado da bandeira nacional, em atos que reuniram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e lideranças religiosas.
A presença da bandeira dos EUA foi interpretada como uma homenagem ao presidente Donald Trump e como forma de protesto contra o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode resultar na condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Em alguns eventos, os manifestantes estenderam versões gigantes da bandeira americana, reforçando a associação com pautas conservadoras e com o discurso de defesa da liberdade de expressão.
Durante os atos, aliados políticos de Bolsonaro discursaram em favor da anistia ao ex-presidente e pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF. As manifestações também foram marcadas por críticas à esquerda e por apelos ao patriotismo, embora a presença do símbolo estrangeiro tenha gerado debates sobre identidade nacional e influência externa.
No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de eventos oficiais em Brasília, onde foi fotografado ao lado de uma grande bandeira brasileira com os dizeres “Nossa bandeira é o Brasil e o povo brasileiro”, em contraste com os atos paralelos que exaltavam o símbolo norte-americano.
O julgamento de Bolsonaro e seus aliados foi retomado pela Primeira Turma do STF, com votos já registrados pela condenação. Caso seja condenado, Bolsonaro poderá se tornar o primeiro ex-presidente brasileiro sentenciado por tentativa de golpe de Estado.