Um bebê de dez meses sofreu lesões cerebrais irreversíveis nos Estados Unidos após ser submetido a práticas extremas de saúde e nutrição pelos próprios pais. O caso ocorreu no Condado de Orange, Califórnia, e resultou em condenação criminal de John Gonzalez (38) e Jaqueline Navarro (45) por abuso infantil agravado.
Segundo as autoridades, o casal recusava alimentar a criança com fórmula ou leite materno, alegando que esses métodos nutricionais eram “tóxicos”. Além disso, o bebê foi exposto repetidamente a saunas de alta temperatura e banhos de gelo, em sessões que se estenderam por meses. Ao dar entrada no hospital, o menino apresentava sinais graves de sofrimento físico: cor acinzentada, estado catatônico, níveis perigosamente baixos de glicose, convulsões constantes e hipóxia.
Durante o atendimento hospitalar, Gonzalez se opôs a diversos procedimentos médicos e chegou a afirmar que a inanição levaria à cura do filho, segundo registros da promotoria. A situação foi denunciada pela avó paterna, que já havia alertado as autoridades sobre as condições precárias em que o neto vivia.
A criança, hoje com cinco anos, foi entregue oficialmente à guarda da avó. O Departamento de Serviços de Bem-Estar Infantil foi considerado negligente por falhar na proteção do menor, e o Condado de Tulare aceitou pagar US$ 32 milhões em acordo judicial para encerrar o processo movido pela família da vítima.
Gonzalez e Navarro foram considerados culpados por colocar em risco a vida da criança, por abuso e por causar lesão corporal grave em menor de cinco anos. Ambos aguardam sentença definitiva, marcada para o próximo dia 25 de julho, e permanecem detidos sem direito a fiança.