O ex-presidente Jair Bolsonaro tem reforçado sua preferência pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como nome da direita para a disputa presidencial de 2026. Apesar do crescimento do apoio político e empresarial ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, interlocutores próximos afirmam que Bolsonaro teme perder influência caso o aliado assuma protagonismo nacional.
Michelle, que preside o PL Mulher, tem intensificado sua agenda política com viagens semanais por diversos estados. A movimentação é interpretada por dirigentes do partido como sinal de articulação para uma candidatura ao Palácio do Planalto, e não ao Senado, como inicialmente cogitado.
Tarcísio, por sua vez, mantém o discurso de que buscará a reeleição ao governo paulista. Para concorrer à Presidência, teria de se descompatibilizar do cargo em abril de 2026, o que o deixaria vulnerável às decisões estratégicas de Bolsonaro. Além disso, há resistência em migrar do Republicanos para o PL, como deseja a cúpula da legenda.
Pesquisas internas encomendadas pelo PL indicam desempenho semelhante entre Michelle e Tarcísio em cenários de confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, aliados apontam que a confiança pessoal de Bolsonaro na ex-primeira-dama supera a que deposita em seus próprios filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, também citados como opções com baixa viabilidade.
Com Bolsonaro em prisão domiciliar e sob julgamento por tentativa de golpe de Estado, Michelle tem assumido o papel de porta-voz nas redes sociais. A expectativa é que sua visibilidade aumente caso o ex-presidente seja condenado e passe a cumprir pena em regime fechado.